Archives for August 2011

MAIS DEVAGAR!

Faz-me, Senhor, ir mais devagar

Acalma o bater do meu coração
Aquietando a minha mente.
Apazigua os meus passos apressados
Com a visão do alcance eterno do tempo.

Abranda a tensão dos meus nervos e músculos,
Com a música relaxante das melodias
que perduram na minha memória.
Ajuda-me a experimentar o mágico poder
restaurador do sonho.

Ensina-me a arte de tirar pequenas férias:
deter-me para olhar uma flor,
conversar com uma amiga,
acariciar um animal,
ler umas poucas linhas de um bom livro.

Faz-me ir mais devagar, Senhor
e inspira-me a lançar raízes profundas
na terra dos valores perenes da vida
para que assim possa engrandecer o meu destino.

Jill Harris

Fonte: blog CVX Valladolid

História do Sol e da Lua

Ontem foi assim...

Hoje a história não é sobre princesas, nem sobre anjos como outras que conto, hoje é sobre estrelas...
No princípio havia o Sol e a Lua.
O Sol era muito alegre e vivia para a Lua, a Lua era muito bonita e vivia para o Sol.
O Sol e a Lua namoravam desde sempre, casaram e nasceu a Terra.
Quando a Terra nasceu, era ainda bebé, tudo era perfeito... e o Sol e a Lua viviam felizes, dançavam juntos e dormiam abraçados, não havia dia, nem noite... e viam a terra crescer.
A Terra girava, girava e era a melhor bailarina do universo... todas as estrelas, planetas e cometas a aplaudiam e diziam que como a Terra ninguém girava, nenhuma volta era mais perfeita do que as que a Terra dava.
Mas um dia a Terra ficou doente...
E o Sol e a Lua desesperavam de não a ver girar, rodopiar como sempre rodopiara...
Passou então um cometa, que lhes disse que era uma doença muito grave... muito, muito grave... mas que havia um remédio!
Ah! - exclamaram o Sol e a Lua, ao mesmo tempo, que só queriam que a Terra voltasse a girar, como dantes girava....
O Cometa disse-lhes então, que para que a Terra voltasse a girar, o Sol e a Lua tinham que ficar um de cada lado da Terra, para lhe dar o equilíbrio que permitia que ela continuasse a girar. Só assim, a Terra poderia continuar a viver...
Que contentes ficaram Sol e Lua, que agora iam poder fazer com que a sua Terra ficasse boa... era tudo o que mais queriam...
Lembraram-se, então de que para que cada um ficasse num lado diferente da Terra, não se poderiam ver mais, não podiam namorar mais, nem mais dançariam um com o outro...
Mas era mais importante que a Terra continuasse a girar...
Então o Sol e a Lua separaram-se. Tristes, muito tristes... mas sabendo que o que faziam era para que a Terra girasse como dantes e voltasse a ser a mais bela bailarina do Universo.
Mas sabem que o Sol é ainda e sempre apaixonado pela Lua?
Chiu! É segredo! É em segredo... mas ainda é!
Mas houve esta grande conspiração, que os impediu de estarem juntos... Estarem juntos e abraçados, todos os momentos das suas vidas... por isso eles arranjaram uma maneira... e todos os dias e todas as noites eles se encontram... são só mesmo uns minutinhos... uns instantes... mas são deles esses instantes: são ao acordar e ao deitar... namoram-se, olham-se, mas não se podem tocar...
Mas umas vezes... muito poucas, quando a lua está mais triste, ou o Sol já não aguenta de saudades, eles tocam-se, aproximam-se devagarinho e abraçam-se... todo o mundo os vê nesse momento... chamam-lhe eclipse! São poucos esses momentos, mas eles conseguiram arranjar uma maneira de se encontrar...
Morrem de saudades um do outro, e quando já vão esquecendo esses momentos, precisam de outros, para poder lembrar, para poder viver e continuar o equilíbrio de que todos os que estão à sua volta precisam.
Assim, todos os dias o sol acorda e sai da cama rápido para ver a lua... antes que ela se vá...porque o sol tem sempre que nascer.
E a lua foge... porque não aguenta a luz do sol...e foge para se esconder.
Dizem que se vai deitar...porque quando se deita, fica quieta, adormece e assim aguenta melhor as saudades que tem do Sol e lembra melhor o último abraço que o Sol lhe deu. Mas dorme tranquila, por assim a terra gira e continua a girar.
E acaba por a obrigar a levantar mais uma noite... outra vez...
e há noites em que a lua se levanta preguiçosa e o Sol vê-a de longe.. longe e sempre de fugida... e não a consegue tocar...menos ainda agarrar porque ela parece que foge... mas a Lua será sempre do Sol, e o Sol será sempre da Lua...
E a lua brilha toda a noite com essa luz que o sol lhe deixou... só para dizer o quanto a amava e essa é a luz com que depois a Lua nos dá o seu luar... por todas as noites da nossa vida.

Quando a acabei de contar aos meus filhos, também lhes disse que nem sempre a vida nos corre como queremos, há tempos em que parecemos equilibristas da vida, e só damos passinhos pequeninos, uns atrás dos outros em cima de um cabo... que nem sempre temos o final feliz das histórias que eles mais gostam, mas que acreditamos que isso só acontece porque ainda não acabou... e que "Deus sabe mais"!

Deus se compadeça de nós e nos abençoe,
faça brilhar sobre nós a luz do seu rosto.
Sejam conhecidos na terra os seus caminhos

Sl 67(66) 2-3

À espera de uma resposta?

À espera de uma resposta de Deus

Como a seca continuava, desde o que parecia uma eternidade, uma pequena comunidade de agricultores encontrava-se sem saber o que fazer. A chuva era importante para manter as suas colheitas saudáveis e sustentar o nível de vida das pessoas da cidade.

À medida que o problema se foi tornando mais grave, o pároco convocou a comunidade para um encontro de oração, para pedir chuva.

Muitas pessoas vieram. O pastor saudou a maioria deles à medida que se iam acomodando.  Conforme ia avançando para a frente da Igreja, para oficialmente começar a reunião, ele notou que a maioria das pessoas conversava e socializava com os amigos. Quando chegou perto do altar os seus pensamentos já só eram de acalmar as pessoas e começar a reunião.

Os seus olhos percorreram a multidão enquanto pedia silêncio. Foi então que reparou numa menina de 11 anos sentada, em silêncio, na fila da frente. A sua cara resplandecia de excitação. Ao seu lado, poisado e pronto a ser usado, estava um guarda-chuva encarnado vivo. A beleza e inocência da pequena menina fez o padre sorrir, conforme realizava quanta fé aquela menina tinha. Mais ninguém, em toda a comunidade, tinha trazido guarda-chuva.

Todos vieram para rezar e pedir chuva, mas a pequena menina veio à espera de uma resposta de Deus.

http://www.spiritual-short-stories.com/spiritual-short-story-297-Expect+An+Answer.html

 

 

Naquele tempo, apresentaram-Lhe, então,
umas crianças, para que lhes impusesse as mãos
e orasse por elas,
mas os discípulos repreenderam-nos.
Jesus disse-lhes:
«Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo,
pois delas é o Reino do Céu.»
Mt 19, 13-14

De Inglaterra à Síria… a sabedoria da paz

Vendas de tacos de basebol aumentam 5000%
8/10/2011
As vendas de tacos de basebol aumentaram mais de 5 mil por centro nas últimas 24 horas na loja online Amazon. A causa para a subida vertiginosa na procura destes objectos serão os distúrbios violentos que se têm vivido em várias cidades britânicas nos últimos dias.

Distúrbios provocam três mortos em Birmingham
8/10/2011
Os motins dos últimos quatro dias registados no Reino Unido mostram que "partes da sociedade estão doentes", afirmou hoje o primeiro-ministro britânico, que recusou que falte dinheiro à polícia por causa das medidas de austeridade.

Manchester registou os piores motins dos últimos 30 anos
8/10/2011
A cidade de Manchester, no norte do Reino Unido, registou esta noite os piores motins dos últimos 30 anos, anunciou a polícia local, referindo confrontos, pilhagens e actos de "violência gratuita".

Ânimos Acalmam em Inglaterra (11/08/2011)
Durante a noite, a presença policial nas ruas de Londres foi ostensiva. Foram atirados objectos a agentes da polícia metropolitana no bairro de Eltham, mas o grupo de atacantes dispersou e o assunto foi resolvido. O número de detidos na capital desde o início dos incidentes atingiu os 820. Os tribunais não têm parado, com estes processos a jovens que chegam a ter 11 anos.
Em Gales houve pela primeira vez nestes dias alguns distúrbios, mas de um modo geral as cidades que entretanto se tinham ‘incendiado’ recuperaram alguma da calma.
Em Birmingham corre já um inquérito à morte de três homens atropelados enquanto patrulhavam as lojas do seu bairro, que se pensa ter sido intencional.

Não é possível não ver...
Dizia-me uma prima que se tornou difícil distinguir Inglaterra da Síria, com alguma razão... não fora a Síria ser para a maioria de nós apenas um nome de um país distante, de que só ouvimos falar de vez em quando, e quase sempre pelas piores razões... de tal forma que até já nem ligamos... passa-nos ao lado... agora ver Londres, Manchester, Birmingham, neste estado, ruas que muitos de nós já percorremos, onde sabemos que vive alguém que conhecemos, às vezes até família... ah!, aí já é outra conversa...

A SABEDORIA DA PAZ
Dá Senhor, à nossa vida a sabedoria da paz.
Que o nosso coração não naufrague na lógica de tanta violência disseminada em nosso redor.
Que os sentimentos de dor  ou de despeito não sufoquem a necessidade dos gestos de reconciliação, a urgência de uma palavra amável que rompa as paredes do silêncio, o reencontro dos olhares que desviam.
Dá-nos a força de insinuar no Inverno gelado que, por vezes, vivemos a ramo verde, a inesperada flor, a claridade que é esta irreprimível e pascal vontade de recomeçar.
José Tolentino de Mendonça
in Um Deus que dança

Fontes das notícias: www.sapo.pt

O segundo Jesuíta

O segundo Jesuíta

Há algum tempo, comemorou-se o dia do Beato Pedro Fabro, SJ, por vezes também chamado de “segundo jesuíta” por ser especialmente próximo de Inácio quando fundada a Companhia. Pedro estava á procura de um rumo para a sua vida, quando encontrou Inácio. Ele estava completamente sobrecarregado com opções, tal como todos hoje em dia:
“ Estive sempre pouco seguro de mim e fui fustigado por muitos ventos: por vezes desejando ter casado, por vezes desejando ter sido médico, por vezes, advogado, por vezes, professor de teologia, por vezes clérigo e por vezes desejei ser monge.”
Pedro Fabro descobriu a sua missão na vida através dos Exercícios Espirituais, dirigidos por Inácio.
Jim Martin, SJ diz-nos que a relação entre Pedro e Inácio nos mostra como os amigos não precisam de ser cortados do mesmo pano. Pedro era de um meio humilde e professava uma fé simples: “um dos amigo tinha visto pouco do mundo, o outro muito. Um deles sempre tinha encontrado na religião consolo, o outro buscou sempre Deus através de um caminho tortuoso”
Ainda assim, eram amigos, e caminharam juntos...

Fonte:

http://ignatianspirituality.com/10429/peter-favre-the-second-jesuit/

Beato Pedro Fabro,Santo Inácio e São Francisco Xavier

Beato Pedro Fabro (1506 - 1546)
Era francês, natural da Saboia, onde passou a adolescência.
Ajudado por um tio sacerdote, veio a ser também estudante da Sorbone em Paris, onde Sto. Inácio o encontrou e orientou espiritualmente.
Ordenado sacerdote fez os Exercícios Espirituais sob a orientação de Inácio. Foi ele quem celebrou em Montmartre a missa em que os seis primeiros jesuítas, ainda não sacerdotes, fizeram os seus primeiros votos de pobreza, castidade e de ir à Terra Santa, para lá gastarem suas vidas na ajuda às almas.
Mais tarde foi enviado em missões importantes à Alemanha, onde conquistou S. Pedro Canísio, e a França, Espanha e Portugal.
Chamado pelo Papa para participar do Concílio de Trento, morreu em Roma, em 1546, e foi beatificado por Pio IX em 1872.

Ninguém disse que era fácil!

"Ninguém disse que era fácil" é o tema para hoje, no MAG+S. São eles e podemos ser  todos nós,convidados a acolher as dificuldades e a própria fragilidade. Assim, tal como Moisés e Santo Inácio, há que aceitar que os planos nem sempre nos saem como esperávamos... Então, confiemos em Deus e no próximo.

Existem inúmeras orações e poemas que me ocorreram para hoje poder "rezar de manhãzinha" mas este foi o que me mais ecoava em mim... aqui deixo na versão original, que me encanta demasiado para não partilhar, e depois a sua tradução. De António Machado:

Caminante, son tus huellas
el camino, y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino,
sino estelas en la mar.

Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.

Para quem quiser saber mais sobre o decorrer do MAGIS, basta ir a

http://www.magis2011.org/ppal/index.asp

 Sobre António Machado: Poeta sevilhano, eminente representante da geração de 98António Machado quis que a sua poesia fosse "uma profunda palpitação do espírito", íntima e desprovida de toda a retórica. Nela evocou lembranças e impressões da juventude (Soledades, 1902), a alma do deserto castelhano (Campos de Castilla, 1912), o amor à sua mulher, a vida, a morte e Deus. A sua obra posterior, e particularmente Nuevas Canciones (1924), é de inspiração mais filosófica. Empenhado politicamente ao lado dos republicanos, Machado viria a morrer no exílio, em Collioure, perto da fronteira espanhola, junto ao mar, a 22 de Fevereiro de 1939. in Lexicon.