Antes de etiquetar…

Por estes dias corre a azáfama das etiquetas: é importante marcar tudo, para que quando comecem a Escola, nada se perca ou se confunda com alguma coisa que pertence ao outro. Isto pôs-me a pensar e lembrei-me de um TPC que tinha visto há algum tempo numa CVX espanhola. Era mais ou menos assim:

Muitas vezes precisamos de categorias, dão-nos segurança, permitem-nos chamar as coisas de uma forma ou de outra e ajudam-nos a compreendê-las. Na escola ensinam-nos a traçar mapas do mundo e das suas gentes, a marcar fronteiras.

As palavras, os conceitos, as realidades que estão por trás, são um “pau de dois bicos”. Se por um lado nos ajudam a situar e a compreender as coisas, por outro lado, corremos o risco de nos condicionarem o olhar, de nos adormecer a sensibilidade, de nos fechar os olhos perante a verdade primeira que nos une: somos, antes de mais nada, humanos, irmãos, e filhos de um mesmo Deus.

Antes de etiquetar rapidamente e marcar diferenças: macho ou fêmea, branco ou preto, de aqui ou dali, doutor ou iletrado, heterosexual ou gay, rico ou pobre, é fundamental olhar as caras, as vidas, a gente e dizer: humano, como eu, pessoa, que com um coração como o meu, sente, chora e ri, entristece-se e alegra-se, também sonha, também se desilude, também erra e também acerta. Também, á sua maneira, revela Deus, nosso Pai. Também tem sede de sentido, de um absoluto que abraça, de amor e de palavra.

Por isso, antes de etiquetar, descalcemo-nos perante o outro, que o terreno que pisamos é sagrado!

CVX Rosario (Espanha)

Quando Cristo, na vossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com Ele em glória. Cl 3, 4