O Céu é a Sul

Todos os meses, notícias da CVX Região Sul.

O Céu é a Sul #104

Maio de 2014


ER

A celebração da Páscoa do Senhor foi o grande acontecimento dos últimos dias. Jesus sofreu, foi morto e ressuscitou. É esta a grande alegria que nos anima, é esta certeza que nos conduz.
No primeiro encontro com as mulheres, depois da Sua ressurreição, é o Mestre que lhes (nos) diz: “Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão.”
Foi também este desafio que nos levou a Fátima, em Assembleia Nacional, para descobrir a nova Galileia onde nos é pedido que anunciemos aos irmãos que Jesus está vivo e que nele encontramos a salvação.
O tema proposto não podia estar mais de acordo com esta mensagem de Jesus: “ Chamados às Fronteiras, Aprofundando a nossa Vocação”. É à Galileia de hoje que Jesus nos envia e é lá que teremos de ajudar a implantar o Seu Reino. Reino de paz e justiça, reino de vida e verdade, reino que já começou e que não terá fim.
E foi neste espírito que todos nós, em representação da Comunidade CVX de Portugal, procuramos discernir onde somos enviados. Do resultado deste discernimento dá conta o Documento Final, oportunamente enviado a todos.
Mas o mais impressionante daqueles dias foi participar numa imensa reunião em que, como depois ressaltou nas avaliações, independentemente das opiniões diversas de cada um, todos procuravam encontrar o caminho a seguir, criticando ideias mas nunca pessoas, no verdadeiro amor de irmãos.
É certo que teremos, provavelmente, para o futuro, de rever a forma como se desenrola a Assembleia. Mas apenas porque somos uma Comunidade em expansão e o número dos representantes cresce. E nem isto é novo. O Vaticano II não funcionou certamente do mesmo modo que o Concílio de Jerusalém…
Não temais”, disse-nos Jesus. Por isso, partamos para a Galileia, para as fronteiras a que hoje somos chamados onde, conforme Ele nos prometeu, “lá o veremos”.

A Equipa Regional


XI Assembleia Nacional CVX Portugal

A XI Assembleia Nacional da CVX Portugal teve lugar em Fátima – 27 a 30 de Março - sob o tema “Chamados às Fronteiras – aprofundando a nossa vocação” em linha com o tema central da última Assembleia Mundial realizada no Líbano.

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Conduzidos pela divina orientação do Espírito Santo, a comunidade rezou muito e debateu aquilo que são as nossas raízes e fronteiras, as especificidades da vida laical em CVX, e de que forma devemos trabalhar de forma a sermos mais fiéis a esta nossa vocação, que serviram de guião para a produção do documento final.
Durante a Assembleia Nacional também tivemos oportunidade de comemorar o Dia Mundial CVX que contou com a adesão de diversos membros das comunidades regionais e destaca-se o facto de ter sido um dia de muita festa, vivido com grande entusiasmo! Este dia viu a “passagem de pasta” para a missão de Assistente Nacional CVX e também contou com um filme preparado em jeito de comemoração dos 40 anos da CVX em Portugal.
Foram 3 dias de muito entusiasmo, alegria, oração e trabalho que culminaram com a aprovação do documento final - que irá servir de fio condutor à acção da nossa comunidade para os próximos 3 anos - e da eleição da nova equipa nacional!

Quisemos ouvir quem lá esteve e partilhar com a comunidade as perspectivas, anseios e desejos de quem vive a CVX de forma tão comprometida.

TESTEMUNHOS

  • Raquel Rei (Romanos 8): A AN foi o momento de, simultaneamente, ouvir e construir a comunidade CVX-P. Ouvir as diferentes vozes, os diferentes desejos, as diferentes sensibilidades… e perceber que somos todos membros de um só corpo, que somos companheiros de caminho.
    Como novo membro da EN, aquilo que mais me tocou foram os desafios lançados para os próximos anos. Gostaria que a nova equipa conseguisse estar à altura da herança destes 40 anos de História da CVX em Portugal e do trabalho das equipas anteriores e, simultaneamente, aceitasse reequacionar tudo, aceitasse testar cada opção no crisol do “é isto que mais nos aproxima do fim para que fomos criados”. Enfim… há que ser ambicioso!
  • Nuno Sacadura Botte (Perdidos & Achados): A AN veio na continuidade da Assembleia Mundial (AM) de 2013, beneficiando dos textos que dela emanaram, assim como da recente EXORTAÇÃO APOSTÓLICA do papa FRANCISCO. Relemos a história da CVX em PORTUGAL e constatámos o enorme crescimento, a um ritmo crescente, da nossa comunidade nos últimos anos. À volta de campos de missão e fronteiras, antecipámos o futuro com ambições e sonhos para a CVX-P.
    Para o nosso mandato, as minhas perspetivas já estão muito influenciadas pelo trabalho que temos tido ao longo deste mês. A EQUIPA é iluminadíssima, está muito entrosada e sente-se desafiada a ir de encontro às recomendações da AN, com muito amor, de forma criativa, inovadora, sempre inclusiva e a mais parecida possível com a de JESUS. De entre as recomendações do DOCUMENTO FINAL a minha sensibilidade vai muito para as necessidades de formação e para a sintonia com o nosso ASSISTENTE MUNDIAL, no que respeita ao apostolado da intelectualidade contra a globalização da superficialidade. Passando, ainda, pela presença na fronteira dos divorciados e dos recasados.
  • João Frade (H2Ora): Passado algum tempo sobre a Assembleia Nacional (AN), a "poeira assentou" no que diz respeito a um momento intenso em CVX. Pediram-me para a reler e de seguida perspectivar o futuro, agora como membro da equipa de serviço nacional...
    Olhando para trás, recordo o ter estado presente como elemento da equipa de preparação e o esforço que (todos) colocámos para que a AN corresse como o Espírito mais nos inspirasse. Recordo uma Assembleia variada, composta por gente acabada de chegar à CVX e por gente já segura de que esta é a sua forma de estar em Igreja; recordo momentos de grande familiaridade e de descoberta acerca da CVX; recordo muitas sensibilidades diferentes, próprias de todos que se sentem tocados de maneiras muito diferentes; recordo momentos de grande intimidade no Senhor, próprios de verdadeiros companheiros de caminho; recordo momentos de tensão, motivados por gente empenhada no trabalho proposto. Mas fundamentalmente recordo honestidade e sinceridade, que fui "vendo" em quem falava, em quem ouvia e em quem se preocupava em coordenar. Confesso que não regressei da AN muito preocupado com os frutos da mesma e o que se pretende de nós (CVX-P) no futuro: estou convicto de que o Senhor se encarregará de o mostrar, assim estejamos "atentos"!
    Ainda assim, e por tudo o que vivemos, destaco duas certezas quanto ao trabalho futuro.
    Em primeiro ligar, contribuir para crescermos como Comunidade Nacional e para aprofundarmos a consciência de sermos CVX. Isto implicará um esforço de formação de todos e (muito particularmente) de quem está há menos tempo em CVX. Só seremos eficazes no papel que o Senhor nos confia neste mundo se a mensagem que é nossa responsabilidade passar estiver presente e for bem entendida por todos... só fazendo com que cada elemento CVX sinta a CVX como o seu lugar na Igreja trará sentido a cada solicitação nossa, seja para a participação activa no seu grupo, para a frequência de um Curso CVX ou até para a co-responsabilidade financeira.
    Em segundo lugar, a necessidade de comunicarmos melhor entre nós. Foi evidente para mim a necessidade de estarmos mais próximos... Uma melhor comunicação permitirá esclarecer conceitos e modos de agir, corrigir mal-entendidos e superar dificuldades, ao mesmo tempo que potenciará o que de melhor temos em cada região e em cada grupo. Isto implica um grande desafio, não só porque haverá que fortalecer as formas como já o fazemos (ao mesmo tempo que inventamos outras) mas também porque teremos de motivar outros a colaborar connosco e entre si.
    Talvez a vontade antiga de formar redes apostólicas seja uma maneira eficaz de "pôr as mãos na massa" e colocar tudo isto em prática. Sem certezas finais, confio que o Senhor se encarregará de nos dar, a todos, a criatividade e um coração aberto para caminharmos juntos!
  • Catarina Baptista (Lux): Na Assembleia Nacional vivi momentos muito consoladores: conheci muita gente nova na CVX, muita gente já com muitos anos de CVX e revi muitos dos que mais habitualmente encontro na CVX. Na diversidade de expectativas, personalidades e desejos de cada um, o Espírito Santo soprou durante os 4 dias e conduziu-nos à unidade. Unidos rezámos, discernimos e encontrámos um caminho que agora começa até à próxima Assembleia Nacional. Destaco aqui a presença silenciosa, mas simultaneamente reconciliadora, pacificadora e construtiva do nosso novo Assistente Nacional, o nosso querido Padre Sérgio.
  • Francisco Malta Romeiras (CVXIL): Sendo o primeiro ano em que participei, gostava de salientar que me impressionou bastante a intensidade com que os delegados dos vários grupos viveram a Assembleia Nacional. Esta intensidade transpareceu no ânimo e na confusão dos debates, nas discussões em pequenos grupos e, sobretudo, nos grandes acontecimentos: nas missas, na eleição da equipa nacional e no Dia Nacional da CVX, que foi um dos pontos mais altos do fim-de-semana. Para mim, continua a ser surpreendente perceber como é que se constituiu, e continua a constituir, uma comunidade nacional CVX a partir de pequenos grupos disseminados por várias regiões em Portugal.
    Este sentimento de comunidade alargada, em que se incluem grupos e pessoas tão diferentes que, por vezes, "só" têm em comum o desejo de seguir Jesus, de encontrar Deus em todas as coisas, e de o servir em comunidade, com o auxílio da Espiritualidade Inaciana, foi, para mim, um dos sentimentos mais consoladores deste fim-de-semana. Talvez por ser um sentimento que apontava constantemente para a universalidade da Igreja Católica de uma forma muito concreta.
  • Carlota Ferreira da Silva (Mas Alla): A Assembleia foi para mim um testemunho de Comunidade e uma oportunidade de fazer parte do trabalho do Espírito Santo.

Participante da assembleia nacional 2014Participantes da XI Assembleia Nacional da CVX Portugal


DIZ-ME POR ONDE ANDAS

Recomendado por Carmo Fraga (CIAO)

O maior sinal de todos os tempos

RF_abr14Glória, gozo, consolação, alegria, paz! Não temer, enxugar as lágrimas, ir a correr anunciar aos que tinham perdido a esperança, aos que estavam fechados em casa por medo! A ressurreição de Jesus convida-nos a uma alegria não menor que a do seu nascimento. Na verdade, não são duas senão a mesma alegria. Pertencem ao mesmo mistério que na ressurreição revela todo o seu sentido. Um sentido pleno, que se comunica, como alegria e paz do ressuscitado, mas para o qual, ao mesmo tempo, da nossa parte sentimos grande dificuldade em encontrar as palavras justas. Santo Inácio diria que se descobre “pelos verdadeiros e santíssimos efeitos dela [ressurreição]” (Exercícios Espirituais 223). Essa é a tarefa fundamental, que cada um abra a sua vida à alegria e à paz de Jesus ressuscitado. Não há melhor forma (quem sabe, nem há outra forma) de chegar a entender este mistério. Ainda assim, tentaremos dizer algo do que, desde essa experiência, a fé da Igreja formula sobre a ressurreição.

Porque se há-de entender o mistério pascal como um todo, cabe começar por afirmar, como ponto de partida, o paradoxo: em Jesus, Deus morre realmente. Ou se quisermos, em formulação mais suave, experimenta realmente a morte. Não o Pai, nem o Espírito Santo, mas o Filho, que das três pessoas de Deus é a que se faz homem em Jesus Cristo. Enquanto Filho de Deus, Verbo Eterno desde sempre, Jesus não passou “olimpicamente” pela morte. A encarnação de Deus assume toda a nossa humanidade, as suas potências e a sua debilidade. Só deste modo a salva inteiramente. Assume, assim, também a morte da natureza humana, sofrendo-a na sua pessoa divina. Até aí chega o desejo de Deus de estar connosco em tudo o que é humanidade. Como pode, então, ressuscitar aquele que sofre realmente a morte, aquele que estando morto nada pode? Não se trata, como um pensamento filosófico grego levaria a pensar, da existência, em Jesus ou em nós, na humanidade, de uma imortalidade escondida na alma humana. Trata-se, sim, da acção de Deus que, segundo a esperança judia desde o século II a. C., deseja manter a comunhão com os justos depois da morte. "No entanto", perguntavam-se os mesmos judeus, "quem é justo aos olhos de Deus?". Em Jesus surge verdadeiramente o Justo diante de Deus. E é o Pai que o ressuscita, é por dom do Pai que o Filho se ergue da morte experimentada. O próprio texto bíblico o expressa. Os verbos gregos usados na redacção original dos evangelhos para referir-se à ressurreição – anístemi e egeíro – têm sentido de “levantar”, “despertar”. Ao serem aplicados a Jesus na sua ressurreição, são usados gramaticalmente em passiva divina, uma voz passiva sem agente explícito que significa, na literatura do Novo Testamento, uma acção realizada por Deus. Acompanha também frequentemente estes verbos a fórmula “de entre os mortos”, significando precisamente que é de uma morte real que Jesus é erguido à vida pelo Pai.

A ressurreição de Jesus é também um sinal aos nossos olhos. É a confirmação e legitimação de Jesus ao ser levantado de entre os mortos por Deus. É a declaração por parte de Deus, no maior sinal de todos os tempos, de que tudo o que fez e disse era santo e verdadeiro. O próprio Jesus aparece como o santo e o verdadeiro. E desse aparecer, das aparições aos seus discípulos, nasce o anúncio que configurará a Igreja como mais que um grupo de admiradores de Jesus: torna-se uma comunidade de crentes no Cristo ressuscitado.

É sinal também da razão da nossa esperança. Com a ressurreição de Jesus começa algo novo. São-nos conhecidas as expressões “Ele é o primogénito”, “primícia de muitos”, “segundo Adão”, “cabeça de uma nova humanidade”. No seu erguer-se “de entre os mortos” tem o seu fundamento a esperança na nossa própria ressurreição. No Justo somos justificados. A todos os que conheceram a morte chega o dom do Pai de se erguerem com o Filho, na força do Espírito Santo. A nossa ressurreição futura, que se formula no Novo Testamento com os mesmos verbos, será análoga à de Jesus. Seremos erguidos da morte à semelhança do Cristo, pela sua justiça.

Partindo desta esperança, fundada neste sinal maior, S. Inácio propõe-nos pedir “graça para me alegrar e gozar intensamente de tanta glória e gozo de Cristo Nosso Senhor” (Exercícios Espirituais 221). Nesta Páscoa, visite-nos o Senhor com essa graça do Ressuscitado. [Read more...]

O Céu é a Sul #103

Fevereiro 2014


ER

Ser CVX!

Ultimamente tenho-me perguntado muito o que quer isto dizer.

Somos um movimento de leigos, como há muitos na Igreja. Somos de espiritualidade inaciana; mas tantas outras pessoas o são: leigos, religiosos, pessoas individuais, comunidades. Comunidade! Acho que é a chave! Somos comunidade de leigos que vivem a sua fé, a sua vida, o seu caminho para Deus na espiritualidade inaciana.

Agora, as implicações práticas: vivo a minha vida confrontada e acompanhada por Jesus, em busca da vontade de Deus na minha vida, buscando-O e encontrando-O em todas as coisas e todas as coisas n’Ele. E ainda, faço este caminho individual em grupo, partilhando os toques de Deus nas nossas vidas e os caminhos que fazemos com Ele.

Este grupo, mais pequeno e mais íntimo, é a expressão primeira da dimensão comunitária da CVX, que não se esgota aqui. A Comunidade de Vida Cristã é uma só e formada por muitos grupos, muitas comunidades regionais, nacionais e continentais. Atrevo-me a compará-la com a Igreja, grupos, movimentos, serviços, paróquias, dioceses, congregações religiosas, conferências episcopais, etc. Inúmeras formas de organização com um único objectivo, ajudar cada um a encontrar a vontade do Pai na sua vida.

É este o significado da comunidade nacional, a CVX-P, a comunhão de muitas pessoas que se apropriaram desta forma de estar em Igreja! E estar em Igreja é estar em missão. Missão de oferecer Jesus a todos, pelo testemunho das nossas vidas e por esta via facilitar o encontro de cada um com o Pai. Como Jesus fez por nós, tomando parte na Sua missão.

Resta agora perguntar-me se é isto que procuro e encontro na CVX, e se é para esta realidade que contribuo ou quero contribuir.

Se for, aproxima-se um momento privilegiado para continuar a construir a Comunidade de Vida Cristã; se não sintonizamos com nada disto, nem nos nossos desejos mais profundos, então talvez seja um bom momento para me oferecer a oportunidade de mudar, para buscar e encontrar o que Deus quer para mim, aqui e agora, na CVX e na Igreja.

 

A Equipa Regional


3 olhares sobre a Assembleia Nacional CVX

No próximo fim de semana de 27 a 30 de Março terá lugar em Fátima mais uma Assembleia Nacional com o desejo continuo de aprofundar os apelos lançados na Assembleia Mundial realizada no Líbano em Agosto de 2013, sob o tema “Das nossas raízes para as fronteiras”.

Membros e delegados reunir-se-ão durante 3 dias como comunidade de discernimento procurando os caminhos que o Espírito quer abrir À CVX Portugal.

Quisemos saber que expectativas rodeiam esta Assembleia e por isso desafiámos a Maria Raquel Rei (MRR), a Maria do Carmo Almeida (MCA) e o João Cordovil Cardoso (JCC) a partilharem com a Comunidade aquilo que esperam serem as principais conclusões da próxima Assembleia Nacional.

Aqui ficam 3 olhares de quem vai lá estar:

1. Depois da Assembleia Mundial (AM) no Líbano sob o tema “das nossas raízes para as fronteiras”, o que podemos esperar desta Assembleia Nacional (AN)? Qual será o fio condutor? Que expectativas tens?

MRR – Gostaria que a CVX-P aprofundasse as orientações saídas da AM em função da nossa realidade. Seria como que uma “tradução” das grandes linhas da AM para a realidade portuguesa.

MCA – Para mim, a sequência natural nesta AN será a preocupação de identificar estas fronteiras na nossa realidade, e como lhes tocar. Rezando perceber como chegar às “franjas”, um sentido de aproximação, de estarmos mais sensíveis aos que andam nas margens, aos que têm vidas menos iguais à nossa. Pessoas com um outro sentido de vida, pessoas desanimadas, pessoas pobres, pessoas sem trabalho, mães sozinhas, pessoas em solidão.

JCC – É a primeira vez que vou participar numa AN pelo que estou mais na expectativa de ver como é, como o Espírito Santo nos vai conduzir, do que ter uma ideia precisa sobre o que dela posso esperar. Mas estou certo de que será um tempo de oração que nos ajudará a ler os sinais dos tempos e a descobrir o que Deus quer que cada um de nós, e todos como Comunidade, façamos pelo nosso país e por todos com quem nos cruzamos.

2. O que é que esta AN pode trazer de novo à comunidade alargada e a cada uma das pequenas comunidades CVX?

MRR – Independentemente dos frutos ao nível das conclusões da Assembleia (que desejo que sejam muitos, claro), penso que a maior riqueza da Assembleia (e essa é garantida) é estarmos uns com os outros, constatarmos que partilhamos a mesma forma de estar e que somos, mesmo, uma comunidade. Cada Assembleia é um momento de grande crescimento do pilar comunidade. E como esse não cresce sozinho, arrasta consigo os outros dois. O fortalecimento da comunidade é uma grande riqueza para todos – a nível global e a nível das pequenas comunidades.

MCA – Fazer-nos “tremer” à palavra indiferença, mergulharmos mais na vida do outro sem medo, ficarmos mais atentos e sensíveis, mais disponíveis, mais abertos. Um maior sentido de gratidão pelo que somos e podemos com Deus.

JCC – A reflexão e oração sobre os dois textos propostos, do P. Nicolas e do Franklin, ajudarão seguramente a entender o grande desafio de sermos cristãos na vida de todos os dias, no trabalho, na política, na intervenção social; que fazemos isto em comunidade, partilhando esta forma de viver com muitos irmãos espalhados por todo o país e pelo mundo; que rezamos e partilhamos do mesmo modo que muitos outros, não apenas da CVX, mas de toda a Igreja, da qual fazemos parte e com quem colaboramos para a construção do Reino de Deus nos nossos dias; e que, alguns de nós, que são chamados a tarefas mais específicas, o fazem com a certeza de que toda a Comunidade reza com eles e lhes serve de retaguarda.

3. Na Exortação Apostólica o Papa Francisco alerta para a “maior consciência de identidade e da missão dos leigos na Igreja…esta não se reflecte na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e económico, limitando-se muitas vezes às tarefas no seio da Igreja”. Esta AN vem reforçar essa a necessidade e renovar o compromisso da comunidade CVX nessa missão apostólica?

MRR – Não sei: prognósticos, só depois do jogo…

MCA – Sim, é um renovar e um tomar consciência do que de facto pomos no nosso dia-a-dia. No que vamos tocando com a nossa vida. Da importância da entrega gratuita, que fica a quem lê com os olhos do coração. O sermos presença de esperança para alguém.

JCC – Como já referi acima é absolutamente necessário o testemunho cristão na sociedade, nas suas vertentes sociais, políticas e económicas, mas também na educação, nos meios de comunicação social,etc. O Papa coloca o dedo na ferida ao referir que muitas vezes estamos mais preocupados em “trabalhar” para dentro do que para fora. Somos cristãos no nosso grupo, com os nossos amigos mas, quando se trata de estar na ribalta, o nosso testemunho acobarda-se…Penso que a AN será mais uma oportunidade de tomarmos consciência desta missão, que afinal é a obrigação de cada cristão (ou não poderemos usar este nome…) e de nos sentirmos acompanhados por todos os membros da CVX para que, seguindo o que o próprio Jesus tantas vezes repetiu, “não tenhamos medo” de dar público testemunho da nossa Fé.

4. Durante a AN será celebrado o Dia Mundial CVX. Deixa-nos uma mensagem que desafie a comunidade a participar.

MR – Vai ser muito melhor do que em todos os outros anos. Se não vieres és um tótó!

MCA – A nossa escolha é ser CVX, é por aqui que nos sentimos chamados a viver em igreja. Nós seguimos a coerência que Jesus nos mostrou com a sua vida. Vamos ser coerentes com o que acreditamos. Nesta nossa escolha o caminho é feito em comunidade. A comunidade somos todos, não é só o pequeno grupo, mas o todo. É um dos pilares deste nosso sim!

JCC – Comecei a sentir-me verdadeiramente numa comunidade mundial quando participei em 2008, em Fátima, no dia aberto. A partir de então senti que o meu pequeno grupo se alargara a uma comunidade com quem partilho o estilo de vida, de oração e de espiritualidade. Especialmente para os que ainda não experimentaram esta sensação, e que estarão mais renitentes a sair de casa, sugiro que venham experimentar este dia em Comunidade. Que venham também acompanhar aqueles que vão fazer os seus compromissos. E que se lembrem que, para facilitar a vida e diminuir as despesas da deslocação, a CVX-Sul tem uma óptima camioneta pronta para os levar e trazer, cómoda e economicamente, começando logo na viagem esta experiência de partilha.

Até Fátima!


DIZ-ME POR ONDE ANDAS

Recomendado por Manuel Canelas (CVX-U)

# inesperado.org: http://inesperado.org/2014/03/04/anuncio-que-vou-atras-da-liberdade/

 


DIZ-ME O QUE LÊS

Recomendado por Dirce Serafim (Abba)

L´HOMME-ECONOMIQUE-ARNSPERGER

L'homme économique et le sens de la vie : Petit traité d'alter-économie, de Christian Arnsperger

O autor é investigador no Centro Nacional Belga de Investigação Científica e professor da cadeira de ética económica e social na Universidade de Lovaina. Tem assumido uma atitude crítica em relação ao capitalismo e explora nesta obra uma alternativa assente numa reflexão filosófica sobre o sentido e o valor da existência. Fruto de um diálogo com os pensadores do “decrescimento”, o livro vai além de princípios e normas gerais e apresenta vias concretas (porventura utópicas) para se caminhar no sentido de uma organização económica e social mais sustentável, mais igualitária, mais humana.

Apesar de escrito por um académico, é um livro que me parece interessante mesmo (ou sobretudo…) para não especialistas que considerem que é importante continuar a refletir as questões económicas e sociais à luz da Doutrina Social da Igreja.

 

 

 

 


ORAÇÃO NA CIDADE

4ªs feiras entre as 13:10 e as 13:30 / Capela das Irmãs Franciscanas Missionárias, Rua Chaby Pinheiro - Campo Pequeno
5ªsfeiras, entre as 13:10 e as 13:30 / Capela do Centro Comercial das Amoreiras

e-mail: oclx@googlegroups.com / blog: oclx.wordpress.com / facebook: Oração na Cidade

 


A NÃO PERDER

11 de Março 2014
Via Sacra CVX
Local: Igreja de S. João Baptista do Lumiar