Dos homens e dos Deuses

Foi por acaso, mas não há acaso, que ontem fui ao cinema ver este grande filme. Ainda estou a digeri-lo, a aceitá-lo como uma grande prenda que uma comunidade de monges Beneditinos me ofereceu, com o custo da própria vida!

Viveram nas montanhas da Argélia e a história acontece nos anos 90. Viveram em pobreza, com o povo. Cuidando deles, tratando de amizade com eles, em harmonia com eles, eram dos deles.

A dada altura as lutas de guerrilha chegam à aldeia e as vidas de todos os habitantes ficam em perigo.

Apesar de várias ofertas de protecção e mesmo oportunidades de partida, estes homens sentem que é aqui, com estas pessoas, que Jesus os chama a construir o Reino. Sentem que, naquele momento, devem ficar com os que lhes foram confiados, os mais pobres, os mais frágeis. São chamados, eles também, a ser assim, pobres e vulneráveis perante os acontecimentos.

Estes homens atiraram-se com todas as forças ao desafio de encontrar Jesus em cada homem e entregar-lhe a sua vida. Amaram cada pessoa que lhes surgiu ao caminho, até mesmo os terroristas que lhes apareciam a pedir cuidados médicos.

Senti que neles estava Jesus no meio de nós! E senti-me agradecida por este sinal tão claro de amor e de esperança que eles me deixaram.

Também eu, nas minhas circunstâncias, sou chamada a esta entrega radical, de me despojar de mim e ser Jesus para os que me acompanham.

Ana Melo (Sal da Terra)

PS: Já agora, se puderem, não percam 🙂