Guias (ou falta deles)

Caros animadores e guias

No dia 6 de Janeiro realizou-se uma reunião conjunta de guias e animadores destinada a reflectir acerca da falta de guias na nossa reunião, dos desafios que se colocam à CVX neste processo de crescimento e dos modos como havemos de lhes responder.

Perante a realidade de:

  • num universo de 58 grupos, 15 estarem sem guia;
  • de há uns anos a esta parte, haver invariavelmente alguns grupos sem guia;
  • todos os últimos 6 anos se constituírem uma média de 4 grupos novos por ano,

 

tornou-se claro que a falta de guias não pode ser resolvida pontualmente, obrigando-nos, antes, a repensar o modo como funcionamos e o papel que os guias são chamados a desempenhar nos grupos, bem como as prioridades no acompanha­mento dos grupos por guias.

Tentando sintetizar os variados e inspirados contributos da reunião de dia 6, podem listar-se as seguintes conclusões:

1.      o guia é, em cada grupo, um meio de crescimento do grupo e não um fim em si mesmo;

2.      é importante que cada grupo perceba que o papel do guia no grupo não é existir, mas constituir uma instância de discernimento das moções presentes na reunião e no grupo, auxiliando os membros do grupo (menos distantes das referidas moções e, portanto, naturalmente menos capazes de as identificar) a dar-se conta do que se vai passando no grupo e em cada um enquanto membro do grupo;

3.      é importante, em particular, que se perceba que o papel do guia não é proporcionar lições de teologia ou de catequese ou de temas de espiritualidade inaciana;

4.      assim, perante a escassez de guias, cada grupo deve avaliar, ponderadas as suas particularidades e o momento que está a viver, quais os meios ao seu alcance para assegurar o discernimento das moções presentes na reunião;

5.      na avaliação a realizar, o grupo deve ponderar a escassez de guias e deve assumir uma atitude fundamental de caridade para com os outros grupos e a comunidade em geral. Com efeito ficou claro na reunião que há diferentes intensidades na necessidade de guia num grupo e que a circunstância fortuita de um certo grupo ter um guia não deve levar o grupo a pensar que é proprietário do guia ou que o problema da falta de guias é um problema dos grupos que, também por circunstâncias fortuitas… não têm guia;

6.      foram sugeridos como instrumentos de discernimento alternativos à participação do guia em todas as reuniões:

a.       o espaçamento das visitas do guia;

b.      a realização de uma segunda ronda de partilhas, após um espaço significativo (circa 5/10 minutos) de silêncio para colocar em comum ecos acerca das partilhas ouvidas;

c.       convidar pontualmente uma pessoa da CVX mas exterior ao grupo para assistir à reunião;

d.      em grupos em que o auxílio ao discernimento por um terceiro seja menos necessário, a institucionalização do princípio “por regra sem guia”, solicitando-se à ER um guia em ocasiões em que a vida do grupo o requeira.

7.      foi unânime o entendimento de que os grupos novos precisam necessariamente de um guia nos primeiros anos de caminhada.

Posto isto, pedimos a todos os animadores que nos comuniquem o resultado da avaliação do respectivo grupo. Atendendo a que há 3 grupos que começaram em Janeiro a funcionar e que precisam de guia, agradecíamos que as respostas não demorassem muito.

 A Equipa Regional