Há dias, modelava um boneco em açúcar, e dei por mim a pensar como os ingredientes que tinha entre mãos têm um paralelo com Deus e com a vida.
Para fazer um boneco de açúcar são precisas várias coisas:
Em primeiro lugar o açúcar. É o ingrediente principal dos meus bonecos, e é aquilo que em primeiro me tempera a vida, para que seja uma vida doce, com ternura, para que possa transmitir a quem está à minha volta algo de bom, de saboroso, aquilo que nos dá apetência pela vida...
Em segundo lugar: a água! fonte de vida, dela tudo nasce e com ela tudo cresce, junta e agrega matando a sede que o açúcar tem.
Depois um pouco de farinha: é aquilo que enche, dá volume, enriquece.
A seguir vem o espessante, o que dá consistência,o que permite aguentar, solidifica, permite que dure e enfrente os tempos futuros.
O corante: o que dá cor. É o que faz com que nada seja a branco e preto, nada seja bom ou mau na essência, antes permite que o açúcar ganhe a cor consoante o fim para que é criado: nem tudo é branco, nem tudo é preto, mas também não há por que ficar pelo cinzento, há toda uma variedade de cores, de situações e de acontecimentos que são diferentes consoante o seu destino.
A observação. Só posso modelar a partir do que observo, do que experimento. Assim também funciona com o amor de Deus por mim: se eu não O experimentar, não o posso transmitir aos outros.
Por fim, as minhas mãos, de criatura que se permite artificie, artesã, que mistura, modela, e pela observação do que está à volta, dá nova forma ao que passa agora a ser.
Assim nasce um boneco de açúcar.
Assim nasço eu, pelas mãos de Deus, todas as manhãs.