Para a manhã…

Rosa acordada, que sonhaste?
Nas pálpebras molhadas vê-se ainda
Que choraste...
Foi algum pesadelo?
Algum pressário triste?
Ou disse-te algum deus que não existe
Eternidade?
Acordaste e és bela:
Vive!
O sol enxugará esse teu pranto
Passado.
Nega o presságio com perfume e encanto!
Faz o dia perfeito e acabado!

MIGUEL TORGA, in NIHIL SIBI (1948), in ANTOLOGIA POÉTICA (Coimbra, 4ª ed., 1994)

"Sê para mim uma rocha de refúgio,
uma fortaleza que me salve." (...)
"Tu és o meu Deus.
O meu destino está nas tuas mãos;
livra-me dos meus inimigos e perseguidores.”

do Sl.31

Sejamos práticos!

Química de um pão

Quando ser prático?

À medida que três viajantes atravessavam as montanhas dos Himalaias, iam discutindo a importância de pôr em prática tudo aquilo que tinham aprendido no plano espiritual. Iam tão absorvidos pela sua conversa que só de noite, realizaram que tudo o que tinham para comer era um pedaço de pão.

Decidiram então não discutir quem o merecia comer, como eram homens pios, decidiram deixar a decisão nas mãos de Deus. Rezaram, então, para que, durante a noite, Deus os iluminasse e lhes indicasse quem deveria comer o pão.

Na manhã seguinte, os três homens levantaram-se ao nascer do sol.
“Este foi o meu sonho”, disse o primeiro viajante. “Fui levado para lugares que nunca tinha visto antes, de uma paz e harmonia, que procurei toda a minha vida na terra, em vão. no meio desse paraíso, um homem sábio, com uma longa barba disse-me: “és o meu escolhido, nunca procuraste o prazer na terra, sempre te despojaste das coisas terrenas. Em prova do meu reconhecimento por ti, gostaria que provasses um pedaço de pão”
“Que estranho!”, disse o segundo viajante. “Pois no meu sonho, vi o meu passado de santidade e o meu futuro como mestre. E à medida que vislumbrava o que está para vir, encontrei um homem de grande sabedoria que me disse: “Tu precisas de alimento, mais do que os teus amigos, pois tu terás de governar muitos povos, precisas de força e energia”.
Então, o terceiro viajante disse:
“No meu sonho, não vi nada, não fui a lado nenhum, e não descobri nenhum homem sábio. Contudo, a uma certa hora da noite, acordei em sobressalto. E comi o pão!”

Os outros dois ficaram furiosos:
“E porque não nos chamaste, antes de tomar essa decisão sozinho?”
“Como podia eu? Ambos estavam tão longe, a descobrir mestres e a ter visões sagradas!”
“Ontem discutimos a importância de por em prática aquilo que aprendemos no plano espiritual. No meu caso, Deus actuou depressa e fez-me acordar a meio da noite, a morrer de fome!”

Mohammed Gwath Shattari


Irmãos: Por isso, também nós, desde o dia em que ouvimos falar disso, não cessamos de orar por vós e de pedir a Deus que vos encha do conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, a fim de caminhardes de modo digno do Senhor, para seu total agrado: dai frutos em toda a espécie de boas obras e progredi no conhecimento de Deus; Cl 1, 9-11

História do Sol e da Lua

Ontem foi assim...

Hoje a história não é sobre princesas, nem sobre anjos como outras que conto, hoje é sobre estrelas...
No princípio havia o Sol e a Lua.
O Sol era muito alegre e vivia para a Lua, a Lua era muito bonita e vivia para o Sol.
O Sol e a Lua namoravam desde sempre, casaram e nasceu a Terra.
Quando a Terra nasceu, era ainda bebé, tudo era perfeito... e o Sol e a Lua viviam felizes, dançavam juntos e dormiam abraçados, não havia dia, nem noite... e viam a terra crescer.
A Terra girava, girava e era a melhor bailarina do universo... todas as estrelas, planetas e cometas a aplaudiam e diziam que como a Terra ninguém girava, nenhuma volta era mais perfeita do que as que a Terra dava.
Mas um dia a Terra ficou doente...
E o Sol e a Lua desesperavam de não a ver girar, rodopiar como sempre rodopiara...
Passou então um cometa, que lhes disse que era uma doença muito grave... muito, muito grave... mas que havia um remédio!
Ah! - exclamaram o Sol e a Lua, ao mesmo tempo, que só queriam que a Terra voltasse a girar, como dantes girava....
O Cometa disse-lhes então, que para que a Terra voltasse a girar, o Sol e a Lua tinham que ficar um de cada lado da Terra, para lhe dar o equilíbrio que permitia que ela continuasse a girar. Só assim, a Terra poderia continuar a viver...
Que contentes ficaram Sol e Lua, que agora iam poder fazer com que a sua Terra ficasse boa... era tudo o que mais queriam...
Lembraram-se, então de que para que cada um ficasse num lado diferente da Terra, não se poderiam ver mais, não podiam namorar mais, nem mais dançariam um com o outro...
Mas era mais importante que a Terra continuasse a girar...
Então o Sol e a Lua separaram-se. Tristes, muito tristes... mas sabendo que o que faziam era para que a Terra girasse como dantes e voltasse a ser a mais bela bailarina do Universo.
Mas sabem que o Sol é ainda e sempre apaixonado pela Lua?
Chiu! É segredo! É em segredo... mas ainda é!
Mas houve esta grande conspiração, que os impediu de estarem juntos... Estarem juntos e abraçados, todos os momentos das suas vidas... por isso eles arranjaram uma maneira... e todos os dias e todas as noites eles se encontram... são só mesmo uns minutinhos... uns instantes... mas são deles esses instantes: são ao acordar e ao deitar... namoram-se, olham-se, mas não se podem tocar...
Mas umas vezes... muito poucas, quando a lua está mais triste, ou o Sol já não aguenta de saudades, eles tocam-se, aproximam-se devagarinho e abraçam-se... todo o mundo os vê nesse momento... chamam-lhe eclipse! São poucos esses momentos, mas eles conseguiram arranjar uma maneira de se encontrar...
Morrem de saudades um do outro, e quando já vão esquecendo esses momentos, precisam de outros, para poder lembrar, para poder viver e continuar o equilíbrio de que todos os que estão à sua volta precisam.
Assim, todos os dias o sol acorda e sai da cama rápido para ver a lua... antes que ela se vá...porque o sol tem sempre que nascer.
E a lua foge... porque não aguenta a luz do sol...e foge para se esconder.
Dizem que se vai deitar...porque quando se deita, fica quieta, adormece e assim aguenta melhor as saudades que tem do Sol e lembra melhor o último abraço que o Sol lhe deu. Mas dorme tranquila, por assim a terra gira e continua a girar.
E acaba por a obrigar a levantar mais uma noite... outra vez...
e há noites em que a lua se levanta preguiçosa e o Sol vê-a de longe.. longe e sempre de fugida... e não a consegue tocar...menos ainda agarrar porque ela parece que foge... mas a Lua será sempre do Sol, e o Sol será sempre da Lua...
E a lua brilha toda a noite com essa luz que o sol lhe deixou... só para dizer o quanto a amava e essa é a luz com que depois a Lua nos dá o seu luar... por todas as noites da nossa vida.

Quando a acabei de contar aos meus filhos, também lhes disse que nem sempre a vida nos corre como queremos, há tempos em que parecemos equilibristas da vida, e só damos passinhos pequeninos, uns atrás dos outros em cima de um cabo... que nem sempre temos o final feliz das histórias que eles mais gostam, mas que acreditamos que isso só acontece porque ainda não acabou... e que "Deus sabe mais"!

Deus se compadeça de nós e nos abençoe,
faça brilhar sobre nós a luz do seu rosto.
Sejam conhecidos na terra os seus caminhos

Sl 67(66) 2-3

À espera de uma resposta?

À espera de uma resposta de Deus

Como a seca continuava, desde o que parecia uma eternidade, uma pequena comunidade de agricultores encontrava-se sem saber o que fazer. A chuva era importante para manter as suas colheitas saudáveis e sustentar o nível de vida das pessoas da cidade.

À medida que o problema se foi tornando mais grave, o pároco convocou a comunidade para um encontro de oração, para pedir chuva.

Muitas pessoas vieram. O pastor saudou a maioria deles à medida que se iam acomodando.  Conforme ia avançando para a frente da Igreja, para oficialmente começar a reunião, ele notou que a maioria das pessoas conversava e socializava com os amigos. Quando chegou perto do altar os seus pensamentos já só eram de acalmar as pessoas e começar a reunião.

Os seus olhos percorreram a multidão enquanto pedia silêncio. Foi então que reparou numa menina de 11 anos sentada, em silêncio, na fila da frente. A sua cara resplandecia de excitação. Ao seu lado, poisado e pronto a ser usado, estava um guarda-chuva encarnado vivo. A beleza e inocência da pequena menina fez o padre sorrir, conforme realizava quanta fé aquela menina tinha. Mais ninguém, em toda a comunidade, tinha trazido guarda-chuva.

Todos vieram para rezar e pedir chuva, mas a pequena menina veio à espera de uma resposta de Deus.

http://www.spiritual-short-stories.com/spiritual-short-story-297-Expect+An+Answer.html

 

 

Naquele tempo, apresentaram-Lhe, então,
umas crianças, para que lhes impusesse as mãos
e orasse por elas,
mas os discípulos repreenderam-nos.
Jesus disse-lhes:
«Deixai as crianças e não as impeçais de vir ter comigo,
pois delas é o Reino do Céu.»
Mt 19, 13-14